domingo, fevereiro 26, 2017

Sassaricando em Udaipur

O primeiro dia de fevereiro foi bem agitado para nós. Teve templo, palácio, passeio de barco, jardins e compras, muitas compras. Vai vendo...

Quando Ajay nos deixou na companhia do guia local Push, numa ruazinha maneira e cheia de lojinhas, nossos olhos já brilharam. Mas Push tinha outros planos para aquela manhã. Nada de compras!

A tal rua dava acesso aos dois locais que visitaríamos a seguir.

Foto Ana Oliveira

Começamos subindo as imensas e movimentadas escadarias de mármore do Jagdish Mandir, um templo dedicado a Vishnu, o deus do universo. 

Vencidos os 32 degraus, chega-se à base do templo. Ali, numa espécie de altar externo, ao qual se acede subindo mais uns quantos degraus, está uma estátua de Garuda, o veículo de Vishnu. Veículo? Isso mesmo! Todas as divindades hindus têm seu vimana, isto é, um veículo mitológico que os transporta pelo universo.

Garuda. Águia ou homem alado?

Dar a volta pela parte externa dos templos, observando as esculturas nas paredes é de lei. Não foi diferente no templo Jagdish. Ali os elefantes dominavam a cena.


Mais uma escadaria leva ao interior do templo onde a imagem de Vishnu com quatro braços, esculpida em um único bloco de pedra negra atrai fiéis e turistas curiosos. Mas ali não são permitidas fotos.

Próxima parada: Palácio da Cidade, cuja entrada está a poucos metros dali, na outra ponta daquela ruazinha tentadora.

No enorme palácio, visitamos algumas salas mais impactantes, com mosaicos, espelhos e muito luxo. 


Em seguida, Push nos propôs um atalho para chegarmos mais rápido aos jardins. Concordamos e lá fomos nós, andando na contra-mão por estreitos corredores até chegar aos jardins reais. 

Passamos por ali rapidamente até chegar às margens do Lago Pichola, onde tomamos um barco para um passeio que contornava o palácio flutuante e aportava na luxuosa ilha de Jagmandir, que naquele dia estava sendo preparada para uma megafesta de casamento.



Depois, tocamos para a Rama Krishna Taylors, aquele o lugarzinho especial para compras que só o seu guia conhece, onde tudo é autêntico e tal...

Entre os turistas, são famosas as lojas que fazem roupas sob medida em tempo recorde. A Rama Krishna Taylors é uma delas. O cliente escolhe o modelo e o tecido, um funcionário toma as medidas e a roupa será confeccionada e entregue no hotel até o final do mesmo dia. Rose encomendou um punjabe, Ana uma calça/saia, Vilma ficou com uma calça já pronta precisando apenas de um ajuste e eu escolhi um vestido e uma saia do estoque da loja.

A loja é imensa, com vários espaços, inclusive um dedicado aos sáris. Na verdade, um sári consiste num corte de tecido com aproximadamente 9 metros para ser disposto em volta do corpo com uma arte que só as indianas dominam. É um tal de enrola daqui e prende dali. Rose se submeteu à prova, auxiliada pelo vendedor. Eis o resultado:

Foto: Ana Oliveira

Roupas encomendadas e compras feitas, tocamos para a última visita que Push tinha a nos oferecer: o Sahelion ki Bari, ou Jardim das Donzelas. 

Foto: Ana Oliveira

Para deleite das princesas, o Maharana construiu, em meados do século 18, um jardim maravilhoso, com fontes, piscinas, quiosques, canteiros muito bem cuidados, tudo protegido por muros e árvores que preservavam a privacidade das frequentadoras.

Tudo ali era impressionante, mas o que mais nos encantou foi uma fonte cujo ruído imita o barulho da chuva. Ana gravou, olhaí:



Terminamos aí as visitas regulamentares e nos despedimos de Push presenteando-o com um pacote de pó de café que havíamos levado do Brasil. De todos os que receberam essa nossa lembrancinha, Push foi o que mais se encantou. 

Push e nós, na hora da despedida

Mas ainda tínhamos em mente aquela ruazinha da manhã e seu entorno. Pedimos ao Ajay que nos deixasse ali e fizemos a festa nas lojinhas. 

Por fim, tomamos um bom cafezinho no Udai Art Café, negociamos a viagem de volta ao hotel com um condutor de tuc-tuc e chegamos alegres no Trident que, por sinal, foi eleito o melhor hotel da temporada indiana.


Nesse dia ainda fizemos serão no lobby do hotel à espera do entregador da Rama Krishna Taylors, que chegou pouco depois das dez com as encomendas do grupo. 

Que dia, amigos!

2 comentários:

  1. Uau, coube tudo isso num dia só? Acho que vocês pararam numa lojinha dessas e compraram o tal 'vimana' - só assim para dar conta de tanta andança (aceito link da loja de 'vimanas', tô precisando de transporte mitológico nesses tempos de vacas sagradas mas magras).

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    1. Pois é, quando fui reunir as informações pra escrever o post, nem eu acreditava que tivéssemos feito tanta coisa num dia só! E foi sem vimana. Ou melhor, com nosso "vimana" particular, o Ajay, que nos levava pra lá e pra cá sempre disposto e de bem com a vida.

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