terça-feira, março 29, 2016

A caminho da China - No reino de Mohammed VI

1. Casablanca


Estreamos em Casablanca barganhando com o motorista de táxi que nos levaria até a Medina, único local eleito por nós para passar algumas horas em terra naquele domingo pascal. Havíamos rejeitado o passe de ônibus oferecido pelo navio a US$22 por cabeça e quando fomos abordadas pelos taxistas no porto nos pediram €20 pela corrida. Conversa vai, conversa vem, fechamos em €10 e fomos escoltadas porto afora pelo tal motorista (que quase foi linchado pelos colegas) até chegar ao local onde estava estacionado seu veículo: um Mercedes! Chique, nós, né? Mas, vejam só o estado do carro:


O motorista fez de tudo para nos convencer a fazer um tour pela cidade, mas fomos firmes. Só nos interessava a Medina! Inconformado, ele nos deixou numa das portas do mercado. Andamos por uma medina sem graça, degradada, cujos produtos, em sua maior parte, eram xing-ling. Parece que a China chegou à Medina... em Casablanca, pelo menos.


Decepcionadas, saímos dos muros para procurar onde tomar um café. Escolhemos o bar de um hotel logo ali em frente e nos sentamos entre mesas e mesas frequentadas exclusivamente por homens. Era o tradicionalíssimo Café Excelsior. O Wi-Fi do lugar era ruim, mas o garçom foi muito simpático conosco, indicou onde comprar um chip marroquino para nossos celulares e um restaurante onde comer um típico couscous.

Com um chip da Méditel funcionando a contento, partimos para o Restaurant des Fleurs.


Almoçamos bem, tomamos o tradicional chá de menta e voltamos ao navio num outro Mercedes em estado semelhante ao primeiro, pagando US$10.  A economia total com transporte pagou nosso almoço com folga!



Com essas e mais aquelas, chegamos cedo ao navio, que só partiria às 21h. 

Nosso plano era ficar a bordo aproveitando a paisagem, a temperatura amena e os GB adquiridos da Méditel. Mas, qual não foi a nossa surpresa ao descobrir que a carga do nosso chip era de apenas 500MB! Nem bem começamos nossas tarefas internáuticas, recebemos o alerta de que, para continuar, precisávamos fazer uma nova recarga...  E como fazer isso? 

Tivemos que voltar à cidade. Dessa vez fomos a pé até a Gare de Casa-Port - a estação ferroviária - que ficava logo na saída do porto. Bonita e moderna. E ainda havia lá uma loja da nossa operadora Méditel!

Foram apenas 4km, ida e volta. Mas pudemos conhecer mais um ponto da cidade. 

À noite, com vento frio e muito balanço, o Armonia partiu de Casablanca com destino a Tânger.

(Aos que ficaram curiosos com a performance dos coelhinhos marroquinos, informo que, por absoluta falta de jardins, eles não puderam esconder os ovinhos a que tínhamos direito nessa Páscoa.)

2. Tânger 


Quando acordamos na segunda-feira, um belo dia azul nos esperava fora do navio.

Ali, caminha-se bastante pelo porto até chegar à saída onde estão os táxis. 


Negociamos com o taxista e conseguimos um pequeno desconto na tarifa inicial: dos €10 pedidos, pagamos €8. Embarcamos num Mercedes em estado quase tão precário quanto os de Casablanca e fomos deixadas na entrada da Medina .

Ana e eu já conhecíamos Tânger de outros carnavais e tínhamos boas lembranças da cidade. 

Andamos por tudo ali, apreciando cada recanto com muito mais entusiasmo.   

     

Essa sim era uma Medina interessante e típica. Se bem que não temos tanto conhecimento no assunto. Além dessa, só conhecemos a de Tetouan e a de Casablanca.   

 
    
Fizemos algumas compras, pechinchamos, fotografamos, fomos a uma farmácia, tomamos café num bar de hotel (eles sempre nos parecem mais hospitaleiros que os bares comuns...), recarregamos mais uma vez nosso Méditel que já havia mandado mais um alerta de recarga, e saímos da Medina com a intenção de tomar uma cerveja na praça antes de voltar para o navio. 

   
Doce ilusão! Distraídas, ou ignorantes, não nos demos conta de que os muçulmanos  não tomam, nem vendem, bebidas alcoólicas. O garçom de um bar mequetrefe nos informou da proibição e nos ofereceu chá de menta em lugar de cerveja... Chegamos até a aceitar, mas diante da demora para servir o chá e da precariedade do lugar, nos levantamos e partimos sob os gritos do garçom.

Vilma tinha visto que no bar do hotel onde tomáramos café serviam cerveja. Decidimos voltar até lá. Mas acabamos entrando por outro caminho. Perguntamos a um jovem comerciante onde poderíamos tomar a bebida proibida. Não sem antes avisar que cerveja faz mal à saúde, ele nos indicou o lindíssimo Restaurant Hamadi

Ali, sim, tomamos algumas garrafinhas de Flag, a cerveja local, acompanhada de uma porção de kafta e música típica ao vivo.


Foi um passeio e tanto. Voltamos para o navio num outro táxi Mercedes, cujo simpático motorista nos cobrou €5 pela corrida e fez um caminho quase turístico para chegar ao porto.

Que fique registrado em ata, mais uma vez: Casablanca é cidade do tipo "viu tá visto", mas Tanger é cidade para voltar, e voltar e voltar...


3. Estreito de Gibraltar

  
A partida de Tânger – e de Marrocos, a terra onde reina Mohammed VI – aconteceu no meio da tarde ensolarada. 

Muita gente saiu às áreas externas do navio para acompanhar a navegação pelo Estreito de Gibraltar, com terras marroquinas de um lado e europeias do outro.

   
Quase no final do estreito, Ana fez essa foto  panorâmica:


Aí estão as duas elevações que compõem as mitológicas Colunas de Hércules: à esquerda, o rochedo que dá nome ao Estreito e à direita, a cidade de Ceuta e as Montanha Atlas.

E foi assim que deixamos as águas agitadas do Atlântico para navegar calmamente pelo Mediterrâneo.

Nessa noite, adiantaríamos mais uma hora nos nossos relógios. 

(A título de informação: a Méditel cumpriu seu papel até quase o final da trajetória, permitindo que postássemos muitas fotos nessa tarde.)

domingo, março 27, 2016

A caminho da China – Do outro lado do Atlântico

    

Naquele que seria o último dia de navegação antes da chegada a Las Palmas – nosso primeiro destino do outro lado do Atlântico – recebemos a confirmação de uma notícia já esperada: devido às condições climáticas adversas e ao tempo despendido na parada emergencial em Fernando de Noronha, viajávamos com algum atraso e não aportaríamos em Gran Canária às 13h, como previsto, mas às 19h.

Nosso tempo de permanência na ilha não seria alterado: 5 horas. Teríamos, assim, um “Las Palmas by night”.

     
  
Ainda havia luz do dia quando lançamos âncora no simpático porto de Las Palmas. Nos chamaram a atenção as instalações novas, o entorno urbanizado e... um shopping a poucos passos da plataforma de desembarque. Perfeito para a primeira providência que pensávamos tomar em terra: comprar um chip espanhol com acesso generoso à internet. 

Bem, parece que a ideia não era exclusividade nossa. Metade da população do navio fazia fila na única loja do ramo. Mas... todos foram se dispersando diante da notícia de que era necessário apresentar o passaporte original para fazer a ativação do chip. Não, servia cópia em papel ou eletrônica. E os passaportes estavam presos no navio...

Passamos para a segunda prioridade: conhecer um pouco da cidade – e até tentar comprar um chip por lá. Um simpático motorista de táxi nos deixou no coração da cidade, entre a catedral e a Calle Triana, a rua do comércio e das belas construções com varandas artísticas.

   
Já era noite, véspera de feriado, e pouquíssimas lojas ainda estavam abertas. Nada de chip, pois. 

Andamos por ali com os olhos abertos e as lentes a postos. A cidade é encantadora!  E no céu brilhava a lua cheia.

Numa mesa do simpático bar El Atracón, comemos, bebemos e usamos o poderoso Wi-Fi grátis do estabelecimento para atualizar tudo o que pudemos em nossas vidas internáuticas.

Fomos até a Catedral de Santa Ana que, por sorte, ainda estava aberta. Era quinta-feira santa.

     

O interior da igreja é ao mesmo tempo simples e majestoso. Lindo o efeito da decoração do teto captado pelas lentes de Ana. Olhaí:

     
    
Voltamos felizes para o Armonia, a tempo de usar um pouquinho do claudicante sinal de internet fornecido pelo porto.

Ida e volta de táxi nos custaram €12. 

O trajeto entre Gran Canária e Lanzarote, apesar de curto, foi bem agitado. Balançamos pra valer!

Amanhecemos em Arrecife, na sexta-feira santa. 

Um simples olhar para o Muelle de los Mármoles, enquanto atracávamos, nos deu a certeza da diferença entre Las Palmas e a cidade onde passaríamos aquele dia. O entorno do porto era um sem-fim de pedras escuras, vulcânicas, e a cidade, ao longe, parecia bem acanhada.

Primeira providência, antes de desembarcar, resgatar nossos passaportes. Deu um trabalhinho, mas conseguimos.

No navio, vendiam-se tickets de ônibus para o centro da cidade: US$10,90 ida e volta. Achamos caro e decidimos sair e pegar um dos muitos táxis que já tínhamos visto em terra, esperando pelos turistas. Quando Rose foi perguntar sobre o táxi, lhe disseram que mais adiante, no posto de informações turísticas, havia um ônibus grátis para o centro. Yes

    
O ônibus nos deixou num centro comercial ao lado da marina. De lá, caminhamos uns 10 minutos, passando pelo Charco San Ginés, pela orla, pelo Castillo San Gabriel e já estávamos na rua principal, em busca do tal chip pro celular. 

Achamos! 1,5 GB de internet + 60 minutos de voz, inclusive para a América do Sul, por €15, da Orange, válido por 15 dias. Ufa! Seguimos, poderosas e conectadas!
  
O centro de Arrecife é simples, nada de prédios altos ou casas que chamem a atenção, mas cumpriu seu papel. Andamos pelo comércio. Compramos blusinhas na Zara. Tomamos vinho no Museo del Vino e fomos até o Castillo San Gabriel, que só podia ser visto por fora.

     
   
   

Vilma e Rose cansaram e decidiram voltar pro navio de táxi. Pagaram €10, preço tabelado. Olha só, se tivéssemos caído no conto do ticket do navio, teríamos gastado US$43,60. 


Ana e eu ficamos um pouco mais em terra. Caminhamos pela orla, fomos até o Charco San Ginés e comemos croquetas e tortilla no Leito de Proa, um boteco à beira do charco.


Voltamos à marina, tomamos café no Cappuccino e aproveitamos o Wi-Fi do lugar. Afinal, qualquer economia de GB era bem-vinda, né? 

Mal chegamos ao local de saída do ônibus para o porto, já havia um bumba pronto pra partir. Delícia, condução grátis e frequente!

Que fique registrado em ata: Las Palmas é lugar pra voltar. Arrecife entra pra categoria "viu tá visto". 

                  
Partimos no início da noite para transpor mais um fuso horário e navegar até Casablanca, onde só chegaríamos na manhã do domingo de Páscoa.

Sábado foi dia de navegação. Dia frio, impróprio para atividades ao ar livre, não obstante o vento um pouco mais fraco que nos dias anteriores. Resultado: toda a população se esparramou pelos espaços internos do navio. Difícil achar um cantinho silencioso.

Para a noite, foi programada uma vigília pascal, com direito a missa, no teatro do navio. 

Declinamos! Queríamos chegar dispostas para percorrer os jardins de Casablanca em busca dos ovinhos que os coelhos marroquinos teriam escondido para nós.

quinta-feira, março 24, 2016

A caminho da China – A travessia


     
  
Na ensolarada tarde de quinta-feira, deixamos o porto de Salvador para iniciar a verdadeira travessia. Só voltaríamos a pisar a terra na quinta-feira seguinte, em Las Palmas, já do outro lado do Atlântico.

Durante um bom tempo, o Armonia navegou paralelo à costa brasileira, o que nos deu um tempo a mais de uso do sinal de internet vindo da terra firme.

Anoiteceu, nos afastamos da costa, e adeus comunicação! Nem internet, nem TV. Se quiséssemos saber quantas vezes mais Lula tomaria-e-não-tomaria posse como ministro, só nos restava adquirir o caríssimo pacote de internet do navio ou comprar a cópia impressa de algum jornal brasileiro.

Não fizemos nem um nem outro. Rose e Vilma compraram o jornal do dia da partida e do domingo seguinte e nos emprestaram. Estranho voltar a ler notícias impressas!

O informativo diário do navio previa que por volta de 22h avistaríamos as luzes de Recife. Saímos pra ver. Esperamos um tempo com os celulares a postos para qualquer sinal de internet. Nada! Nem luzes, nem sinal.

O primeiro dia amanheceu ensolarado. Ao longe ainda avistávamos uma faixa de terra, que logo desapareceu.

Como os primeiros dias da viagem tinham sido de esbórnia total, decidimos cuidar da alimentação e do corpo nesses dias no mar.

Depois de um café da manhã sem excessos, fomos conhecer – e usar – a academia do navio. O resto do dia, passamos lendo e admirando o mar azul com uma ou outra gaivota voando perto do navio.

Ah, claro que teve também cassino e coquetel, que férias são férias, né?

Do nosso posto de observação, fotografei o pôr do sol desse dia:

     

O sábado foi de aventuras. Esperadas e inesperadas.

Durante a noite transporíamos um fuso horário e nossos relógios deveriam ser adiantados. Perderíamos, assim, uma hora.

Segundo informações emitidas pela cabine de comando, por volta das 5h passaríamos a duas milhas náuticas de Fernando de Noronha. Opa! Pertinho, coisa de nem 4km! Acionamos o despertador para não perder o espetáculo.

Madrugada, e nós a postos com câmeras e celulares. Afinal, proximidade da terra significava também a possibilidade de sinal.

Alguns minutos depois, navegávamos dentro do arquipélago e a ilha principal estava bem ali. O Morro do Pico se destacava na paisagem e a estrela D'alva brilhava no céu. 

     

Sinal de internet... quase nada! Ana conseguiu enviar uma mensagem de parabéns para o irmão aniversariante e eu recebi notificações do Facebook e Instagram. Além disso, entraram as últimas conversas do WhatsApp.

O dia foi clareando e o contorno da ilha ficou mais nítido.

     

A leste, o céu foi se tornando amarelado e brilhante. Era o nascer do sol, ali diante de nós!

     

Encantadas com o espetáculo da madrugada, voltamos para a cabine, para a cama, para o sono.

Entre um cochilo e outro, fomos surpreendidas por balanço inusitado e muita trepidação nos motores do navio. O que estaria acontecendo? Não tivemos curiosidade suficiente pra levantar e investigar.

Quando, afinal, nos levantamos, por volta de 9h30 no novo horário, abrimos a janela e topamos com o perfil de Fernando de Noronha – a ilha – ali pertinho de nós.

     

Como assim?

Soubemos, em seguida, que houve uma emergência a bordo. Alguém passou mal e teve de ser deixado às pressas na cidade. O navio tinha voltado e despachado por barco um casal que ministrava aulas de trabalhos manuais a bordo.

Toda a manobra durou mais de duas horas, e quem já estava acordado, como a Vilma, acompanhou os fatos e teve sinal de internet suficiente para se inteirar das últimas notícias da política brasileira.

O resto do dia seguiu tranquilo. Navegando por águas azuis, cruzamos finalmente a linha do Equador.

Aí os comprovantes, pra ninguém duvidar do feito:
               
      

O primeiro dia no hemisfério norte veio com uma certa mudança de clima. O céu alternou entre o cinza e o azul. Choveu. Fez sol. A temperatura caiu uns três ou quatro graus. E o vento soprou o dia todo.

Nesse dia vencemos também outro fuso horário e nossos relógios caminharam mais uma hora adiante.

Com a temperatura em queda, o mar sempre agitado e os ventos cada vez mais fortes, chegamos ao arquipélago de Cabo Verde, na manhã da terça-feira.

Pela primeira vez usamos agasalhos para sair ao convés e acompanhar a passagem pela Ilha do Maio, que surgiu entre as brumas.

     

Nossos olhos e nossas lentes esmiuçaram, na medida do possível, todo o território visível da ilha, buscando cidades e um farol marítimo ao qual se referia o noticiário do navio. Mas nada do Farol de  Punta dos Flamengos...

                      
   
Havia também a possiblidade de ver ao longe a Ilha de Santiago, mas nossa vista não chegou até lá. 

O dia seguiu frio e cinzento e, embora o mapa localizasse nosso navio entre as ilhas do arquipélago durante boa parte do tempo, não vimos mais nada de terra.

Seguimos navegando no rumo nordeste para alcançar mais um fuso horário e adiantar mais uma vez nossos relógios. Total: três horas!

É tedioso ficar tantos dias dentro de um navio sem contato com o mundo exterior? 

Depende de cada viajante. 

A equipe de lazer prepara mil e uma atividades. Tem palestras, jogos, festas, aulas de língua, aulas de dança, shows, bailes, gincanas, aulas de artes manuais, ensaio de coral.

Há também piscina, academia, pista de caminhada, lojas – com eternas “liquidações” – e ainda  bares, restaurantes e cassino.

Para saber das notícias da sua terrinha, o viajante pode comprar o jornal, que é impresso no próprio navio, ou usar o wi fi pago para  acessar a internet.

É só escolher!  Garanto que não  sobra tempo.

Ana e eu não ficamos nem um tantinho entediadas e olha que não fomos à piscina nenhuma vez, não participamos de jogos nem de aulas, vimos apenas uma pequena parte de um show e ficamos longe da internet todo o tempo.

O que nós fizemos nesses dias de travessia:

 🔸Muita leitura (e ainda faltam muitos links salvos no Pocket...)
 🔸Algumas caminhadas, quando o tempo permitia
 🔸Uma aula de alongamento (achamos fraca e não voltamos)
 🔸Uma sessão de esteira na academia 
 🔸Comemos e bebemos mais do que de costume
 🔸Jogamos diariamente nas máquinas do cassino
 🔸Deitamos cedo e acordamos tarde 
 🔸Assistimos a três  palestras sobre nossos próximos destinos
 🔸Apreciamos a paisagem diurna e noturna (tivemos até lua cheia!)

     

🔸E balançamos, balançamos, balançamos... nunca tínhamos pegado tanta turbulência em nossa curta carreira de navegantes! (Mas nada que uma dose diária de Meclin não resolvesse. 😜)

É verdade que, à medida que a temperatura foi caindo e as atividades ao ar livre deixaram de ser tão valorizadas, os espaços internos ficaram muito mais concorridos e se tornou mais difícil encontrar um cantinho sossegado para ler. Mas sempre conseguimos! É só ter paciência e não estressar. Afinal todos estamos aqui para nos divertir.

E, por fim, chegou o momento esperado! 

Já podemos anunciar: terra à vista!

     



quinta-feira, março 17, 2016

A caminho da China - Os preparativos

   
Tudo começou em julho de 2015, quando fomos caminhar na Serra do Mar e, conversa vai conversa vem, Vilma disse que gostaria de ir à China.

Bateu!

Nós também tínhamos pensado numa viagem à China no segundo semestre de 2015, mas havíamos abortado a ideia por causa da alta do dólar, entre outras coisas...
Passamos pra Vilma o link da Sinorama, agência onde tínhamos visto um pacote interessante e esquecemos da história.
Agosto. Encontramos Vilma e Rose casualmente e elas nos disseram que estavam fechando negócio com a Sinorama. Elas iriam pra China no grupo que sairia de Madri no dia 5 de abril de 2016. E nos convidaram. 

Bateu... Uma vontade de ir também! Chegamos em casa e corremos ver os detalhes do pacote. Gostamos de tudo, inclusive do preço.

Escrevemos para a agência e, enquanto tudo se encaminhava, revivemos o plano de fazer uma parte da viagem numa travessia do Atlântico em navio.

Em meio às pesquisas dos roteiros de navios que fariam a travessia em data favorável ao nosso plano, recebemos um recado de Vilma e Rose: elas estavam pensando em fazer a travessia com o Armonia.

Bateu!

O Armonia sairia de Santos no dia 14 de março de 2016 com destino a Gênova e passaria por Valencia no dia 30 de março, data supimpa para os nossos planos. E a gente ainda poderia retomar o antigo plano de conhecer Valencia.

Bateu! 

E aqui estamos, a bordo do MSC Armonia. 

O navio não é tão bonito como o Divina, da mesma companhia, no qual fomos até Miami em 2014, nem como o Costa Favolosa, eleito para o minicruzeiro com nossos pais em 2015, mas é bem melhor que o Sovereign, que há pouco nos levou a navegar por águas paulistas e fluminenses.

Compramos uma cabine interna, no superbingo da MSC e acabamos recebendo um upgrade.  

Bateu!

Nossa cabine é bem agradável com a janelinha dando pro rastro do navio e pra lua crescente.

No segundo dia de viagem, lá pelas 10 da manhã, lançamos âncora no mar de Búzios. 

O transporte até a terra foi feito nos botes do próprio navio e o destino era o Porto das Pedras, bem pertinho da famosa Rua das Pedras. Ô sorte! Não tivemos que andar toda a orla como da vez que fomos com o Sovereign. 


Chegamos à terra lá pelas 11h30. Andamos um pouco pela cidade. Tomamos um café, fizemos umas comprinhas e voltamos pro navio. O tempo de parada era curto. Às 16h, partimos.

O dia seguinte foi no mar, rumo a Salvador, onde chegamos hoje, 17 de março, pela manhã, com as piores notícias sobre os acontecimentos políticos. Essa não bateu

Faz um calor saárico. Fomos até o Pelourinho e voltamos esbaforidas para o ar condicionado do navio.


Agora, nos preparamos para a verdadeira travessia.

Serão SEIS dias no mar.


Sem paradas.

Sem terra à vista.

Sem internet.

Tchau, nos falamos quando chegarmos ao outro lado do Atlântico, cuidem do Brasil por nós!