quarta-feira, junho 18, 2008

Tá na mídia

francisco forró y frevo está na mídia.
Jornais, revistas, blog, bate-papo, entrevista... um punhado de gente está comentando e conhecendo o novo trabalho do Chico.
Fiz um apanhado de tudo o que rolou por aí e chegou às minhas mãos, aos meus olhos, aos meus ouvidos... e reparto com você que veio me visitar aqui. Cada título é um link. Divirta-se!

  • César busca o diálogo
    Por Pedro Alexandre Sanches
    Carta Capital
    30/05/2008
    Pra completar, vai aí a matéria escaneada, com foto e tudo.

  • Nordestino y contemporâneo
    Por Luciano Almeida Filho
    O Povo (Fortaleza CE)
    04/06/2008
  • Chico César investe no forró e frevo em novo CD
    Agência Estado
    A Tarde (Salvador BA)
    04/06/2008
  • Chico César lança o álbum 'Francisco, Forró y Frevo'
    Por Livia Deodato
    O Estado de São Paulo(São Paulo SP)
    04/06/2008
  • Bate papo UOL
    04/06/2008
  • Chico César parte para o forró eletrônico
    Por Donizeti Costa
    Diário de São Paulo
    05/06/2008
    Como a matéria não está disponível on-line, aí vai ela. Nem dá pra ler, mas dá pra provar que ela existe. E quem ficar muito curioso pode pedir que eu mando o arquivo em tamanho maior, por e-mail.

  • Chico César e os ritmos da folia
    Por Livia Deodato
    O Estado de São Paulo (São Paulo)
    05/06/2008
    Embora tenha sido publicada em dia diferente e sob outro título, essa matéria tem o mesmo teor da anterior: Chico César lança o álbum 'Francisco, Forró y Frevo'.
  • Chico César lança CD de frevo e forró inspirado em carnavais e festas juninas nordestinas e latino-americanas
    Por Christina Fuscaldo
    O Globo (Rio de Janeiro RJ)
    05/06/2008
  • Arrasta-pé - Convite ao baile
    Por Ailton Magioli
    Uai – (Belo Horizonte MG)
    09/06/2008
  • Nordestino do mundo
    Entrevista a Henrique Nunes
    Diário do Nordeste (Fortaleza CE)
    10/06/2008
  • Alegria, sexo e transgressão na voz de Chico César
    Por Leonardo Lichote
    O Globo (Rio de Janeiro)
    10/06/2008
    • E como na grande Globo nem tudo é de graça, essa matéria sumiu para os simples mortais, que não assinam a "poderosa". Mas aqui está ela:

      Em seu novo CD, compositor encontra caminho original e popular entre sintetizadores e sanfonas

      Leonardo Lichote

      Após as cinzas de seu CD anterior, o tristonho "De uns tempos pra cá", Chico César lança o carnavalesco "Francisco forró y frevo" (EMI). Carnavalesco em várias frentes: na alegria com que abraça todos os temas, de computadores a intolerância; na energia sexual que explode em versos como "A vida tirou a calcinha pra mim"; na transgressão que exala do encontro de instrumentos tradicionais nordestinos com timbres eletrônicos. Alegria, sexo, transgressão - carnaval, enfim.
      Como conceito, o encontro da tradição nordestina com o pop não é novo. No CD, portanto, ele é trangressor da única forma possível hoje - na originalidade de sua execução. Graças, em boa parte, a ótimos músicos, além de Bid e Mario Caldato Jr. - o primeiro como produtor e piloto de sintetizadores, o outro na mixagem.
      Letras reafirmam a força popular do CD.
      O resultado é um disco, sobretudo, de bons frevos e forrós, onde timbres "estrangeiros" (sejam eles scratches, theremins, guitarras ou craviolas) adicionam frescor às canções no diálogo que travam com zabumba e sanfona - instrumento que, não por acaso, é o eixo central dos arranjos.
      "Eletrônica" aborda o formato sonoro do CD em versos como "Máquina não imagina/ Máquina maquina" e "Música eletrônica/ Sem energia não dá". Dialoga com "Cérebro eletrônico", de Gilberto Gil, e "Computadores fazem arte", gravada por Chico Science. Nas outras, porém, em vez de máquinas, Chico canta flores ("Girassol"), amores ("Feriado", "Dentro"), memória ("Ociosa") e carnaval ("Pelado", "Humanequim").
      As letras reafirmam a força popular do CD. Versos como "Me abrace bem rente" são herança de velhos forrozeiros e frevadores. Um legado que aparece mesmo quando denuncia a violência contra homossexuais ("Abaeté, abaiacu e namorado") ou o alto preço dos abadás do carnaval baiano ("Pelado"). Referências de Chico aparecem nas canções-homenagens - as menos inspiradas do CD. "Armando" é para o guitarrista Armandinho, que toca em "Pelado", num encontro de sair faísca com a Spock Frevo Orquestra.
      "Zabé" é Zabé da Loca, mestra do pífano que morou 25 anos numa caverna. Outros ganham reverências como convidados, como a lenda do frevo Claudionor Germano, que canta "Marcha da cueca" (única que não é inédita). E Dominguinhos, na voz e na sanfona, ressaltando a beleza de "Deus me proteja".
      Seu Jorge também é convidado, mas de outro tipo. Pontuando com a voz grave o xote malicioso e amoroso "Dentro", ele é, em vez de mestre, cúmplice de Chico em seu carnaval. Assim como outros presentes, entre eles o guitarrista Fernando Catatau e os citados Bid e Spok.
      Artistas que têm uma relação com o passado - e, conseqüentemente, com o futuro - que Chico amarra com poesia em "Ociosa": "Um cão sem dono na coleira desenhado/ Uiva pro gado de outra encarnação/ Ai, coisa ociosa coisa/ Sou eu o gado, o uivo ou o cão.

    • CDs
      Por Luiz Fernando Vianna
      Folha de São Paulo (São Paulo SP)
      13/06/2008
    • Olha aí, mais um "grande" que barra os que não são assinantes!

      Mas o pequeno texto está aí:

      MPB
      Francisco Forró y Frevo
      CHICO CÉSAR
      Gravadora: Chita/EMI;
      Quanto: R$ 28, em média;
      Avaliação: regular
      Assumindo a divisão que está no título, os forrós ganham dos frevos no novo CD de Chico César. Entre os primeiros, "Comer na Mão", "Deus Me Proteja" e "Ociosa" são bons representantes, enquanto nada brilha entre os segundos. Na verdade, os sintetizadores e scratches de BiD pouco acrescentam às tentativas de César de dar novas roupagens a gêneros tradicionais. Ele já provou que é bem melhor como autor de canções "simples" do que como candidato a alquimista -sonoro, poético ou vocal.
      POR QUE OUVIR: "Pelado" é um divertido manifesto contra a privatização do Carnaval popular, bem complementado pelo humor de "Marcha da Calcinha" e "Marcha da Cueca".
      (LFV)

    • Com BiD, Chico faz folia moderna e espirituosa
      Notas musicais
      Blog de Mauro Ferreira
      13/06/2008
    • Chico César acerta ao convocar o produtor BiD para incrementar sua festa junina
      Por Mauro Ferreira
      Revista Istoé Gente
      Edição 458 – 16/06/2008

      • E mais:

        Chico deu entrevista no dia 17/06/2008 no programa Radar Cultura, da Rádio Cultura AM.
        Eu ouvi, participei e gravei uma tosca reprodução da conversa. Quem quiser ter idéia do que foi dito pode baixar o arquivo no rapidshare. Eis o link: Radar Cultura

    domingo, junho 01, 2008

    FRANCISCO FORRÓ Y FREVO

    Chico César acaba de lançar seu novo CD.
    Acima, dando nome a esse post, está o título do novo trabalho.
    Abaixo, a capa:



    Só composições próprias.
    Apenas uma faixa é dividida com Pedro Osmar: A marcha da calcinha, que vem colada à velha e conhecida Marcha da cueca. Divertida e quase impublicável, a marchinha de carnaval dos anos 70 aparece aqui na voz de Claudionor Germano, o primeiro dos convidados para o trabalho.
    E convidados há muitos.
    De peso!
    Como Dominguinhos, que empresta sua voz, sua sanfona e sua genialidade à música Deus me proteja, uma das melhores do CD. Forrozinho dos bons!
    E a mesma Deus me proteja traz ainda uma surpresa final: Dona Etelvina, mãe de Chico, cantando Bendito. Convidada de honra!
    Continuando o desfile dos convidados, surge Seu Jorge pontuando com sua voz grave a deliciosa Dentro. Uma das minhas preferidas.
    E ainda tem Armandinho tocando guitarra na divertida Pelado, um protesto contra o preço dos abadás na folia carnavalesca:

    Ainda protestando, vem Abaeté, abaiacu e namorado, que já na sua introdução traz a seguinte declaração:
    “a gente precisa ficar sabendo de uma vez por todas que eles sempre vão apelar pra violência.”
    E aí segue a música que conta a história do abaiacu que foi encontrado morto com o namorado...
    Comer na mão, outro forró animado, tem também o seu momento de protesto, não político ou social, mas pessoal:
    A referência ao pessoal aparece também em Feriado, que Chico já vinha cantando em shows há algum tempo. Nessa aparecem o ciúme, o machismo, o amor, o companheirismo, a carência, a insegurança, tudo num clima alegre, engraçado.
    Em Zabé e Armando, Chico homenageia duas figuras importantes da música nordestina: Armandinho, filho de Osmar, aquele que com Dodô inventou o “pau elétrico” e Zabé da Loca, a “rainha do pife”, que viveu por mais de 30 anos numa loca de pedra no interior da Paraíba e tira de sua antiga flauta de pífano sons que já encantaram brasileiros e estrangeiros.

    Forrós e frevos são ritmos já bem familiares para nossos ouvidos brasileiros. Assim, a surpresa maior fica por conta das letras sempre bem cuidadas de Chico.
    Em Ociosa ele nos brinda com um quase anagrama – coisa e ociosa - e com uma excepcional poética existencial:
    Em Dentro, joga com as palavras, como só ele sabe fazer:
    Em Deus me proteja, mais um belo jogo de palavras:

    Chico mostra também que está antenado com a literatura e o pensamento mundial. Em outros tempos, Mallarmé e Nietzsche visitaram suas letras. Hoje, Chico traz de volta Baudelaire e o espanhol António Machado.
    Em Girassol está o “jardim das flores do mal” do poeta francês.
    E em Deus me proteja, Chico e Dominguinhos cantam: “caminho se conhece andando...“ , que nos remete imediatamente ao “caminante, no hay camino, se hace camino al andar” de Machado.
    Está aí mais um belo trabalho desse Francisco.
    É assim que o próprio Chico apresenta o seu fff:
    “...y ele disse faça-se a festa. obedientes, talvez por excesso de zelo, fizemos várias. expulsos da terra natal, onde quase todos os frutos eram proibidos y manga com leite ofendia, ocupamos a terra alheia. aí mesmo foi que dançamos. aquilo mais parecia terra de ninguém de tantas gentes e danças diferentes. gente migrada sabe deus de onde. galega dando umbigada y japonês se garantindo num bate-coxa que só vendo pra crer. expulsos do paraíso (que não é lugar de camelô), fomos nos espalhando de jabaquara a tucuruvi, de barra funda a itaquera. houve imigrantes que foram parar no sumaré y vieram comandar arrasta-pé y bater de bumbo pela vila madalena. sem falar naqueles aparecidos na margem esquerda do sena, em paris, nas ramblas de barcelona ou sob os céus em chamas de nova york. ai de ti, copacabana. ai de vós, superquadras, lagoa da joaquina, ópera de arame. brotados do chão, como mata-pasto y berduégua depois da primeira chuva. dos bueiros do metrô, das rasas y desmedidas covas, dos quartinhos de empregada, das entradas de serviço. de zeladores de prédio acostumados à multidisciplinaridade de pilotar interfone y dar uma mãozinha com a feira da madame, ao mesmo tempo, não foi difícil a evolução para djs y mcs. com os filhos mandando ver nas misturas de hip hop com xaxado y na mixagem dos pretendidos achados parentescos nas matérias primas do rap y do repente. não sei se ele vê com bons olhos (logo ele, que vê tudo) esse negócio de garoto judeu tirando chinfra com boné de maloqueiro y favelado sampleando o ravila naga pra enquadrar na moral anjos y marmanjos da guarda. mas quem sou eu pra saber? quando fez a luz y soprou vida em suas criaturas, inclusive no homem a sua imagem y semelhança, contemplou sua obra y ficou satisfeito com o que viu, deixou uma brecha para buscarmos nossa própria satisfação. felicidade até. joelho não foi feito só pra genuflexão. bem usado nuns passos de frevo tem seu valor. tudo bem que tem gente querendo endoidar o calendário: se quarenta dia depois de cada carnaval fora de época tiver uma semana santa, com crucificação y tudo, aí a casa cai geral. não tem joelho que agüente y a maioria não passa nem pelo purgatório. só sei que, seja boa ou ruim a safra, para muitos a festança junina também é sagrada (ops!). ...haja pois forró y frevo.”
    (francisco, sou eu)
    Nem preciso dizer que comprei meu exemplar do fff tão logo apareceu na primeira loja de São Paulo - a Livraria Cultura. E mais que depressa fui pedir meu autógrafo. Foi o primeiro que Chico deu. E ele registrou isso:Outra tietagem foi colocar na net minha primeira experiência como webmaster: FFF, uma página simples e tosca, onde se podem ouvir 3 músicas desse CD.
    Pra conhecer um pouco mais do CD há informações no novo site:

    francisco forró y frevo

    E pra saber mais sobre Zabé da Loca e Armandinho e o seu trio elétrico, que Chico homenageia em suas músicas, algumas matérias que encontrei na net:

    A capa do CD, as texturas usadas nos banners desse post e na página da net que fiz, são desenhos de Adams Carvalho.

    Divirtam-se!