quinta-feira, abril 19, 2007

O BEIJO QUE VOZ ME NORDESTES

  • Chico César... já conhecemos de velho!
  • Chico César e Quinteto da Paraíba... temos visto e ouvido desde outubro de 2005 com o lançamento do Cd De uns tempos pra cá e do DVD Cantos e encontros de uns tempos pra cá.
  • Chico César, Quinteto da Paraíba e Xangai... é novidade!
Novidade mesmo é a reunião deles todos no palco, porque no estúdio já estiveram juntos.
Já em 1997, Xangai e o Quinteto, no CD Um abraço pra ti pequenina, gravaram Saudade senhora dona, de Chico. Linda canção, desconhecida aqui pelo sudeste. Aí está ela, pra quem quiser ouvir:
Depois, em 2001 e gravaram a linda Utopia, de Chico, no CD Brasilerança, de Xangai & Quinteto da Paraíba. Quem não conhece, ou quer relembrar, pode ouvir aí:
Pois então... abril de 2007 vai se findar com a reunião desses músicos, no palco do teatro da FECAP.
Lugar bonito, som dos melhores... Mas eu não estarei lá!

Antes de saber do acontecimento, me comprometi com uma viagem a Buenos Aires... Passagens compradas, hotel reservado.

Conto com os amigos para saber de TODOS os detalhes desse encontro.

Fiquem com as palavras do Chico.

São sempre lindas!

Perto da Praça da Sé, na Liberdade, a caminho do Paraíso.

É aqui que pedimos licença para apresentar nossa função. Não podia ter lugar melhor para quem já tocou em feira, cadeia, hospício, boteco, açougue, cemitério, igreja, casas de comer e beber, cabarés, latada de palha de carnaúba, beira de açude. Pra nós tudo é canto.

Viemos pra cantar, tocar, poemisar. Somos do Nordeste profundo, da inevitável Latinoamérica, de um dos brasis intrínsecos e cheios de surpreendentes maravilhas e misteriosos encantamentos.

É a primeira vez que nos reunimos assim todos em público.

O Quinteto da Paraíba já fez discos com Xangai e comigo. Xangai, que é compadre meu e pai do meu afilhado Pedro de Duvê, já gravou canções minhas. Eu e o Quinteto demoramos a nos juntar mas agora deu uma liga de amizade e música que resultou em disco, dvd, concertos mundo a fora e Brasil a dentro.Trazemos bordados sonoros de nossa lavra e de gente que amamos, como o paraibano José Siqueira (a quem homenageamos pelo seu centenário), o baiano catingueiro Elomar Figueira de Melo, os pernambucanos Luiz Gonzaga e Lenine.

E esse nordestinismo? Pra quê? Não se afobe não, mas enquanto engoma a calça eu vou lhe contar. É que temos ali uma herança de música e poesia de cangaceiro misturada com tradições européias antigas. Volta Seca e Haydin, como disse na apresentação do disco do Quinteto. A distância e o esquecimento dos grandes centros ajudaram a perpetuar em nós essas memórias, sempre renovadas. Não é a toa que de vez em quando pipoca um. E haja batuque, beats, loas, sound designers, pinicado de viola e concertistas nas melhores orquestras do mundo. Altos empenos.

É por ser de lá do sertão, lá do cerrado, do interior, do mato, da caatinga, do roçado que cantamos e tocamos essas coisas. Mas somos abertos, vivemos à procura do outro. Às vezes encontramos.

Metade do Quinteto é de chilenos: os mestres Jerko Tabillo (primeiro violino) e Samuel Espinoza (viola). Tinha outro, foi-se embora: Nelson Videla (violoncelo). Mas o diabo quando não vem manda o secretário: ficou no lugar o seu melhor aluno: Raif Dantas Barreto, da Paraíba mas com cadeira de primeiro violoncelista no Municipal de São Paulo. O segundo violino é um virtuoso paraibano: Ronedilk Dantas. E o baixista é um inovador do instrumento, que o transforma em zabumbaixo: o também paraibano Xisto Medeiros, um dos arranjadores das canções que apresentamos aqui, meu compadre e pai de minha afilhada Giana. Os demais arranjadores são todos maestros paulistanos: Adail Fernandes, Nelson Aires e Ruriá Duprat. É aqui que encontramos o outro.

Cantar ao lado de Eugênio Avelino, esse Xangai canário galo cotovia pássaro pastor de carneirinhos, é um sonho de menino.

Sei que estou ao lado de um dos melhores cantores da alma brasileira.

Sempre o admirei de antigas cantorias e, enciumado vi minhas namoradas, todas elas, uma a uma, encantadas pelo cantador galante, de voz extensa cheia de cores emplumadas capazes de enluarar o sol e enfeitiçar as estrelas mais distantes. Com "O Beijo que Voz me Nordestes" viemos juntos cantar aqui, perto da Praça da Sé, na Liberdade, a caminho do Paraíso, e dizer: "Obrigado, São Paulo".

Chico César

outono 2007

A G E N D A

De 26 a 29 de Abril

Show de Chico César, Xangai e Quinteto da Paraíba

Local: FECAP - Av. Liberdade, nº 532 - Liberdade

Horários: dia 26 a 28 as 21:00hs, dia 29 as 19:00hs

Site: www.fecap.com.br

Tel.: 0800 551902

Informações:

"O beijo que voz me nordestes" é um espetáculo musical que reúne Quinteto da Paraíba, Chico César e Xangai no conceituado Teatro da Federação do Comércio Álvares Penteado, em São Paulo (SP). O propósito deste encontro é mostrar, através do trabalho destes artistas, a delicadeza e a sofisticação da música nordestina contemporânea. Essa música tem-se afirmado pela singularidade que a caracteriza sob diversos aspectos. Da riqueza da composição, tanto no plano estritamente musical quanto nas letras, à execução com requintada formação camerística.